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RELATOS DOS ARTISTAS

FOTOGRAFIAS DE MIGUEL CHIKAOKA

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MERGULHO NA LENTE DA MEMÓRIA

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Ator, diretor e encenador paraense. Pisou o palco como ator pela primeira vez em 1976, aos 12 anos. Atuou nos grupos do SESC, Experiência, Cena Aberta, Cuíra, Grupo Usina e Trupe Mínima de Teatro de São Paulo, em espetáculos teatrais, seja como ator, diretor ou produtor. Entre elas, as peças Verde Ver-o-Peso, Dama da Noite; Dom Chicote, A Terra é Azul, Goodbye Pororoca, Utopia, Convite de Casamento; Hamlet, um extrato de nós, Laquê, Solo de Marajó e Pachiculimba. Possui experiência importante também na área do cinema, como preparador de elenco e ator. 

"Meu nome é Claudio Barros, sou ator da cidade de Belém do Pará, atuando desde 1976. Entendi a razão do convite da Kamara Kó Galeria, para compor a equipe de curadoria da exposição O Teatro Paraense 80/90, depois que olhei para os 45 anos de estrada percorrida. Caminho longo, que o fotógrafo Miguel Chikaoka percorreu junto, ao mesmo tempo, com sua câmera e sua presença quase invisível. Assim, Miguel conseguiu preservar, não tenho dúvida, o maior acervo fotográfico da história do teatro contemporâneo do Norte do país. 

 

Ao experimentar o mergulho nos arquivos de Miguel, fui levado pela emoção de uma memória que se tornou muito ativa durante todo o processo de curadoria. As imagens analisadas iam revelando um potente ambiente produtivo, não só de Artes Cênicas, mas também de posicionamento político de uma categoria, em processo constante de formação. Claro que também foi possível perceber o desenho que construí na minha caminhada como homem de teatro. 

 

Logo na largada percebemos que seria muito difícil escolher 50 fotos diante da diversidade de temas e aspectos apresentados pelo arquivo fotográfico exposto por Miguel Chikaoka. Critérios definidos, mergulho mais profundo. A potência estava na percepção de uma época na qual políticas públicas, somadas à constante atividade política da categoria, proporcionavam uma produção abrangente, tanto na qualidade da experimentação, quanto na quantidade de espetáculos produzidos por grupos de teatro, juridicamente organizados.

 

O principal território ocupado foi o Teatro Experimental do Pará Waldemar Henrique, mas as praças, anfiteatros, porões e escolas também eram espaços que recebiam o dinamismo da produção daquele momento. Desses territórios emergiam dramaturgos, diretores, atores, atrizes, coreógrafos, cenógrafos, figurinistas, iluminadores, que o acervo analisado revela, não só a qualidade, mas a quantidade desses artistas, em tempo real de produção.

 

O arquivo de Miguel Chikaoka revela, ainda, a memória de um elenco de atores e atrizes que foram muito importantes naquele momento e que já morreram. Além de toda a experimentação do espaço do Teatro Experimental Waldemar Henrique, e a intimidade dos processos vivenciados por dezenas de grupos de teatro da cidade de Belém nesse recorte de duas décadas.

 

Estimular a memória de tempos em que a luta política estava intimamente ligada com a produção artística, se faz fundamentalmente importante na atual situação que estamos vivendo em nosso país. A exposição O Teatro Paraense 80/90 oportuniza o encontro emotivo dessas memórias, legitima a importância histórica dessas imagens e enfatiza a importância do caráter político da produção artística de uma época. Sinto-me grato e feliz por ser merecedor do privilégio desse mergulho."

CLAUDIO BARROS

ator, diretor e curador convidado

Projeto contemplado com o Edital Multilinguagens - Lei Aldir Blanc Pará

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